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DAMA DE VERMELHO

quinta-feira, 20 de maio de 2010

PEDINDO A ESMOLA DE CADA DIA...


Fiquei perplexa diante de tantas situações que se apresentavam aos meus olhos. Não era sonho, era realidade nua e crua.
Nesse panorama havia de tudo. Enquanto maravilhosos carros passavam em desfiles naturais , pobres coitados, sentados nas calçadas, estendiam as suas mãos, pedindo a esmola de cada dia.
Trabalhadores de construção erguiam um prédio, com os seus suores exibidos nas faces.
Sociologicamente, não sei falar muita coisa. Uso os meus conhecimentos de Psicologia, quando a situação ou o caso permite. Neste momento, não havia como.
Observava, apenas, com olhos de quem é capaz de ver as diferenças dos indivíduos comuns, das crianças e dos que estavam fardados de trabalhadores.
Aliás, não sei se eram indivíduos comuns, como expressei. A riqueza constitui, às vezes, uma distinção.
As crianças sentadas nas calçadas pareciam pobres e miseráveis. Apenas estendiam as mãos. Seus semblantes, provocados, naturalmente, pela fome, já não expressavam nada. Não se vislumbravam alegrias e nem lágrimas. Eram apáticos e prováveis anêmicos.
Havia quem desse a esmola e os que passassem, ignorando a mãozinha estendida.
Deus dos céus! o mundo ainda está, em nosso País, muito longe do que se poderia chamar de desenvolvimento. Não há humanismo e nem amor ao próximo em grau considerável. Poucos são os pródigos.
Os homens, muitos deles, se acham apenas ricos de finanças. Há uma pobreza espiritual, de solidariedade e espírito de doação. Isso é o que mais impressiona.
Fechei os olhos para pensar. Sendo eu uma gota no oceano , não podia ficar parada, mesmo assim...
Estava angustiada pelo que vi e pelo que sinto nos últimos dias.
Confesso, meus amados leitores, que chorei por mim, por tudo e por todos: pobres, ricos e desalmados...
Olhei para o céu. Confiei em Deus e pedi ajuda. Parei no espaço. Era o único lugar, que eu tinha CERTO, para cair em mim e para dormir.
Quisera poder sonhar para esquecer as agonias da vida...E sonhei, esquecendo o que tinha visto. Por um rápidíssimo momento, parei o meu sofrimento.
Deus seja louvado.

(*) A crônica reflete, hoje, um pouco do lado social, ao mesmo tempo que desnuda sentimentos meus. Leiam e comentem no blog.

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