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DAMA DE VERMELHO

quarta-feira, 7 de abril de 2010

HÁ SEMPRE UM ESTILO


"Sou de uma geração temente a Deus."
Criada num lar onde fui educada com os princípios morais mais rígidos, sigo hoje a minha caminhada sem esquecer de todos estes ensinamentos.
Meus leitores já perceberam que o meu estilo de escrever é simplesmente suave e inspirado em sentimentos que são tão verdadeiros quanto sofridos e, algumas vezes, prazerosos.
Sou felicidade e um pouco de angústia, assim como sou sensibilidade aguçada por situações de ingratidão e injustiças passadas no decorrer da vida e presentes no cotidiano das coisas. "A realidade não precisa de mim", disse Fernando Pessoa. Fazer o que, então?
Saindo desse meu estilo, talvez dessa mesmice, por solicitações de pessoas que pertencem ao modernismo dos dias, tento hoje titubear em aspectos mais ousados, que constituem a realidade atual, como, de outra forma, fez parte de um passado rechaçado.
Sinto-me debutando nos assuntos mencionados, mas me atrevo tal e qual me pedem.
Lá se vem a sexualidade tão manifesta nos dias presentes e que me faz , de certa forma, lembrar as antigas doidivanas. Deus do céu, que horror e que rejeição às mesmas!
Seria o caso de Manuella que frequentava a noite, fazendo da sua vida uma dedicação aos prazeres carnais dos clientes e à labuta que garantia o seu sustento e da sua família, incluindo irmãos.
Mas, era uma dessas noites em que a freguesia escasseava e a angústia de Manuella aumentava, tentando todas as maneiras de atrair, contanto que ganhasse uma companhia.
Nada dera certo e o seu coração palpitava pela espera. Já não havia como se oferecer.
A novela atual de Manoel Carlos faz uma abordagem desse assunto.
Mas, vamos e venhamos, é possível que a modernidade tenha tirado um pouco a oportunidade de tais mulheres.
Existe uma juventude liberal que , queiramos ou não, ocupa um espaço , diminuindo o outro.
Como disse, a minha pura educação não me permite entrar no âmbito desta tão conhecida prostituição, dos tempos mais antigos.
O fato é que a apelação de Manuella vem perdendo espaço. Nesta noite e em outras noites tudo foi em vão. Assim com Manuella, com Margaridas e com Sofias.
Sociologicamente não sei o que diria o Profissional. Prometo adentrar no tema como forma de estudo, assim como repassar aos leitores como informações.
Só não prometo muitas crônicas sobre esse tema. Quando o escritor sai do seu estilo não se sente bem e há um embotamento intelectual e afetivo que, por vezes, se sobressaem e não permitem que o texto se desenvolva.
Dá para entender leitores amigos?

(*) A crônica sai quase sem desfecho e , provavelmente, os meus leitores entenderão. Leiam e comentem no blog.

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