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DAMA DE VERMELHO

sábado, 24 de julho de 2010

TÃO MISTERIOSA QUANTO SILENCIOSA...


Quando se vai dormir cedo e se perde o sono às 4 horas da madrugada, tudo é válido. Sonhamos acordados, pensamos mais aguçadamente, sentimos as mágoas e as decepções de forma mais exacerbada e empreendemos uma viagem ao redor do quarto, descortinando conteúdos guardados e rebuscados neste momento de completa lucidez.
O sono foi-se embora e ficaram as mensagens vindas do inconsciente e outras do consciente que não podemos refleti-las quando o superego ainda consegue bloqueá-las.
Às vezes, leitores, sinto-me bem diante da noite, tão misteriosa quanto silenciosa. Estes dois adjetivos dão à noite e a minha pessoa um quê de solidão, por vezes necessária, onde eu posso ser apenas eu, sem que ninguém toque na minha liberdade de me desnudar , de corpo e alma, sem amarras e sem pudores.
A noite /madrugada ainda é mais noite do que dia, posto que a escuridão faz do momento uma idéia de que ainda falta muito para chegar o dia. Quanto mais fria e chuvosa , mais noite.
Penso em mil coisas. Penso em minha vida, nas minhas leituras, no meu amor pelo meu lado intelectual e que me traz muito de felicidade. Penso nos meus familiares com amor e me deixo experimentar o sentimento de saudade do meu pai, que se encantou sem nos dar notícias. A morte é uma incógnita...
Penso assim no mistério da morte, este tão longe de ser desvendado.
Abro a internet, leio notícias e, também, me deparo com tantas besteiradas que fazem parte dos orkuts da vida e constituem uma alienação da realidade de tantos indivíduos, vivendo um presente que não leva a nada.
Tenho receio de que tantos jovens, e não mais jovenzinhos, se deixem levar pela leviandade do nada.
Mas, estou na noite, fria e escura. Mesmo assim, sinto vontade de tomar um banho, vestir a roupa da noite e depois cair na cama, buscando o sono e os sonhos. E assim faço, na esperança de bem preparada, ter os sonhos e prazeres mais lindos! Esquecer a vida no que tem de ameaçador e experimentar o melhor dos melhores!
A esta hora os poetas devem estar fascinados com tanta inspiração... ouvindo os pássaros e o cantar dos seus corações!

(*) a crônica sai espontânea e muito real em minha vida. Leiam e comentem no blog. A autora aprecia , quando os leitores ainda têm tempo para tal.

(**) a crônica foi escrita na madrugada do domingo...

2 comentários:

  1. Leitores: li e reli esta crônica. Deixem-me que eu mesma arranje um tempo para lhes dizer o quanto gostei de texto e da imagem que serviu de ilustração.
    Neste texto, a inspiração, para mim, não falhou. Foi tão sintonia minha quanto verdadeira... bjssss A autora

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  2. Amiga Elina,

    Como você compara a única realidade que temos da vida, a morte, com a "alienação" que nos faz esquecer a dura realidade.
    "Psicanalisticamente o instinto de vida e o instinto da morte".
    Permita-me fazer o comentário abaixo do seu.

    Um abraço

    Rosário

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