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DAMA DE VERMELHO

domingo, 20 de junho de 2010

"MORRER É DIFÍCIL....


Surprendida não fiquei com o jogo do Brasil. Eu e meus palpites. Ganhei mais um bolão. Leitores, além de perceptiva, tenho uma intuição que nem todos têm.
Acho que ainda não falei desse meu lado , mas ele já faz parte da minha vida, contanto que eu não seja sufocada para dizer o que será, qual o placar e mais e mais...
A festa está nas ruas. O povo vibra e canta e chora. Qualquer celebração é motivo para bebericar e comemorar. Quanto mais o Brasil na Copa do Mundo!
Tem gente que faz um carnaval e gente que entra no samba, cantarolando e inventando músicas para não perder o embalo.
Interessante o povo. Fosse eu socióloga, faria um bom trabalho, estudando esta gente, num contexto social como este.
O jogo de hoje, no meu pouco entendimento, foi um tanto melhor. Há uma perspectiva de finais ou até melhor. Como psicóloga, embora exista quem pense que é bola de cristal(coitados!), não arrisco um palpite, aqui, nem por Decreto.
Lembro-me do meu pai em tempo de copa. Cardíaco, já enfartado, ficava no seu solar, instalado no primeiro andar, envolvido com o jogo sem assistir. Vez ou outra, vinha na escada e perguntava: o Brasil fez gol? quanto está?
Depois do jogo, sentava meu pai numa máquina de escrever, fazendo mais uma de suas crônicas . Escritor do Jornal do Commercio, com uma coluna diária, foi político(Deputado e Sedretário do Governo), Advogado,Professor da UFPE,Diretor de Centro, deixando mais de conquenta livros publicados, entre eles plaquetes e um livro póstumo: OS OUTROS.
Tenho do meu pai a genética, acho que sim, e a convivência do dia a dia.
Tempos bons aqueles. Meu pai vivo, os seis filhos reunidos, namorados e namoradas e minha mãe sadia , de uma bondade única.Mãe com todas as qualidades que são esperadas de uma figura materna.
Hoje, os tempos são outros. Meu pai se encantou, minha mãe enferma, dois cunhados deixaram o mundo, nasceram os netos e bisnetos de minha doce mãe.
Mudaram os tempos e mudamos nós. Também, o tempo não para. Há o esperado e o real. Viver não é fácil. "Morrer é difícil.'
Dizia o meu pai( Quantas lembranças!!), quando algo estava se aproximando, que "o chão estava tremendo." Doce recordação. Meu pai tinha uma espiritualidade de dar inveja. No bom sentido, é claro.
Sinto, hoje, o chão tremer mais vezes do que neste tempo. Peço a Deus que rogue por todos. O futuro é uma incógnita e o presente problemático. Coisas da maturidade...

(*) A CRÔNICA É SUGESTIVA E ME TRAZ RECORDAÇÕES.
NEM SEMPRE LEMBRO O PASSADO. NÃO QUERO QUE ME CHAMEM DE MUSEU. MAS, É NESSE PASSADO QUE, MUITAS VEZES, APRENDEMOS O MELHOR DA VIDA.... LEIAM E COMENTEM NO BLOG. A AUTORA APRECIA.

Um comentário:

  1. Eliana,
    Seu texto está maravilhoso. A sua rapidez em escrever palavras tão lindas, me deixa estupefato...
    Quero dizer, de público, que seu pai foi o homem mais inteligente que já conheci.
    Você teve a quem puxar... Parabéns, mais uma vez.
    BEIJOS,
    Seu esposo

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