MÃE SÓ TEM UMA

A minha crônica sai hoje embargada, sentida e demasiadamente sofrida.
Minha mãe, a mais perfeita das criaturas, para mim, acha-se acometida de enfermidade grave.
As palavras saem cortadas e com muito sacrifício.
Quando se ama assim uma pessoa, não se encontra, com facilidade, uma maneira de expressar os sentimentos, tamanha é a dor.
Noite sofrida a minha. Mais ainda a dela.
Pedi a Deus que intercedesse e desse a ela o melhor neste momento.
Aqui, prefiro recordá-la boa, deixando passar na minha memória momentos da sua juventude, ela tão linda e tão amável, tão dedicada ao meu pai e a todos os seus filhos.
Mamãe sempre foi sinônimo de doação e o elo da união entre seus filhos. Peço a Deus que , para o próprio bem dela, a sua prole seja sempre um por todos e todos por um.
Ontem, ao tentar dormir, deixei que os pensamentos passassem em minha mente como se eu vivenciasse um momento presente: mamãe me acariciando, mamãe me ensinando as tarefas escolares, eu e mamãe de mãos dadas indo para a Adoração na Igreja, mamãe preparando as malas para ir para a Europa, mamãe se aprontando para, fazendo parte da comitiva, acompanhar o meu pai na recepção à Rainha da Inglaterra. Mamãe belíssima, mamãe boa, mamãe minha!
O tempo é inexorável. Não respeita os nossos sentimentos. Não pode. A vida é assim. São os designos de Deus.
Não tenho bagagem emocional para suportar, hoje, tanto sofrimento.
Que minha Nossa Senhora esteja sempre ao seu lado, diminuindo a agonia que lhe aflige.
Amo você , minha mama!