Sentada no sofá de minha sala comecei a observar , através das cortinas, o panorama urbano da minha linda Boa Viagem. Era um momento só meu e eu tinha necessidade de ver o adiantamento dos lindos e altos Edifícios, como se fosse único este momento. Talvez, até fosse. Ou é!
Domingo é sempre domingo, com seus momentos maravilhosos e alguns um tanto melancólicos.
Hesitei em fazer esta crônica. O escritor ou se desnuda tanto quanto eu, ou camufla determinados fatos para não dar lugar a uma possível tristeza, que poderá parecer,aos olhos de quem lê, uma pessoa infeliz ou solitária. Não é o caso, penso eu, que vivo muitos momentos de paz e de prazer.
Acho, porém, que ando brigando um pouco com o meu princípio lógico de identidade (O que é, é; o que não é, não é.). Essa luta se trava em minhas entranhas, na tentativa de não deixar transparecê-la ao público.
Como já disse, poderia , nesse caso, parecer uma contestação, que eu deixei de adotar na minha vida.Isso me fez bem....
Na tentativa de não alimentar qualquer pequeno traço de sofrimento, luto contra o que é e eu desejo que não seja.
Não sei se falo por metáforas ou utilizo uma defesa como mecanismo, muito conhecido pelos psicólogos.
Mas, a minha observação, pelas cortinas, constituiu um, quase, bom momento. Precisava abstrair o que nunca pensaria viesse a me acontecer.
Estou, novamente, pensativa. As reflexões fazem parte da minha vida. Deixo , mesmo, para a posteridade , o direito de lerem e relerem o que escrevi e dou lugar aos meus leitores, presentes e ocultos, a sensação de sentimentos, alguns nunca manifestados.
Interessante a vida: de tudo existe. Existem os que me apreciam e revelam, os ocultos, os possíveis arrependidos no futuro e eu, tão eu, dotada de muitos bons sentimentos, como tantos outros.
A crônica , eu quase hesitei em escrevê-la. Sem juízos de valores, guardem para a posteridade. Com certeza, darei lugar a julgamentos vários. Não pude deixar de desabafar. Aplausos à minha transparência e às minhas verdades...
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