Como diz o poeta tudo tem o seu final. O número do telefone da casa da minha mãe não toca mais, ou se toca, não há mais quem atenda. Tento falar com as pessoas, acompanhantes dos últimos tempos que , talvez, numa atitude nunca imaginada, não pegam no telefone para me dar uma notícia, sabendo do meu caso como o caso foi.
Julgava-se a razão do meu infarto pelo mesmo motivo que, agora, ocorre. Pretendem o terceiro ou ignoram o estresse como algo que provoca acidentes que passam pelo meio entre a vida e a morte.
Ainda bem que a minha mãe, que tanto amou os seus seis filhos, que nunca deixou que um fato desse acontecesse, não sabe da realidade tão fria e contrária ao seu afeto.
O telefone parou antes que minha mãe pudesse ir embora. Penso que, um dia, no mais alto dos céus, ela possa ter conhecimento e pedir por todos, sabendo, nesse momento,que não , totalmente, adiantou o seu ensinamento maternal.
Todos que conhecem mamãe, sabe que foi exemplo vivo de doação plena. Imaginar que alguém, em especial acompanhantes, deixem um filho seu escutando o tilintar de um telefone a chamar sem que se atenda, seria o final do mundo.
Não, O telefone de mamãe não toca mais.
Prefiro acreditar que ele foi colocado no SILENCIOSO, do que sofrer a angústia de minha mãe, quando se for....
O teor do texto é forte, real e escancara um sentimento meu, pelo medo de morrer. Tenho medo da morte....